(Campomanesia xanthocarpa) - O chão forrado de pontinhos amarelos nas matas indicava que era tempo de gabiroba, fruto da gabirobeira.O vitaminado e doce sabor do cerrado. Nenhuma outra representa tão bem quanto ela a infância do Centro-Sul brasileiro nos anos 50 e 60, época em havia mato de sobra para que a fruteira se desenvolvesse espontaneamente no mato. Hoje, a presença da árvore se restringe os quintais e pomares caseiros no interior do país, já que não há cultivos comerciais expressivos dessa planta.O nome gabiroba tem suas raízes na língua tupi-guarani e significa casca amarga. Dentre os seus nomes vulgares, destacam-se Guavirova, Guabiroba-miúda e Guabirobeira-do-mato.A gabirobeira pertence à família Myrtaceae, a mesma da goiabeira, e ao gênero Campomanesia, que apresenta 25 espécies distribuídas do México à Argentina sendo 15 delas nativas dos campos cerrados do Centro-Oeste e Sudeste brasileiros.Nasce naturalmente em terrenos pobres, não necessitando de muitos cuidados. A madeira tem uso limitado regional na construção civil e é principalmente utilizada como lenha e carvão. A árvore possui conformação ornamental - podendo ser utilizada para arborização em geral, seu tronco apresenta um belo aspecto de rajado, pois ao longo do desenvolvimento desprende lascas que lhe conferem exuberantes manchas brancas, além da beleza quando, de setembro a novembro, se enche de numerosas e pequenas flores brancas, conferindo ao cerrado uma paisagem clara, limpa e relaxante.A gabiroba é uma frutinha arredondada, verde-amarelada, com uma suculenta polpa verde que envolve várias sementes. Frutifica de dezembro a maio, com sabor adocicado e rico em vitamina C. Possui boas qualidades medicinais especialmente para tratamentos gastrointestinais, como a diarréia, ou dos males do trato urinário, como a cistite e a uretrite. Os frutos dessa planta servem de alimento para grande número de pássaros, pequenos mamíferos, peixes e até répteis, como o lagarto-teiú, que juntamente com o mono-carvoeiro, representam os dois principais agentes dispersores de suas sementes. Rústica e resistente à poluição. O fruto, que constitui o principal recurso oferecido pela planta, pode ser consumido in natura ou utilizado para se fazer doces, sucos e sorvetes, além de servir de matéria-prima para o preparo de um delicioso e bastante apreciado licor.
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